1. Situação-problema
As zonas litorais constituem um valioso recurso natural, insubstituível e não renovável, do qual o Homem obtém, por exemplo, alimentos e recursos minerais, para além de serem importantes locais de lazer e turismo.
O mar é o receptor final dos sedimentos gerados no continente e constantemente drenados para as bacias oceânicas. Calcula-se que apenas 10% dos sedimentos depositados no mar sejam efectivamente produzidos pelo próprio mar. A observação das linhas de costa permite apreciar o trabalho do mar sobre o litoral e formas de acumulação de sedimentos. Nas regiões costeiras, onde as massa rochosas, estratificadas ou não, penetram na água com forte inclinação, proporcionam-se as condições para a formação de escarpados. Com o decorrer dos tempos geológicos, regiões costeiras podem afundar-se ou, por outro lado, as águas marinhas elevarem-se e inundarem regiões interiormente emersas.
Na linha de costa, existe sempre uma interacção de forças destrutivas, resultado da meteorização, erosão e, por outro lado, acções construtivas, por acumulação de detritos.
Problemas da ocupação antrópica
No entanto, estas zonas não são estáticas, mas muito dinâmicas. O litoral evolui, algumas formas modificam-se, mudam de posição, e outras aparecem e desaparecem. Actualmente, a dinâmica da faixa litoral é condicionada pela intervenção de fenómenos naturais e antrópicos.
Fenómenos Naturais
De entre os fenómenos naturais, aos quais o homem é completamente alheio e que, de uma maneira geral, não pode contrariar, anular ou modificar, destacam-se:
• alternância entre regressões e transgressões marinhas, como a subida e a descida do nível médio da água do mar;
• existência de correntes marinhas litorais variadas que, ao provocarem a erosão, o transporte e a deposição de sedimentos, condicionam a morfologia da costa.
• A deformação das margens dos continentes, em resultado de movimentos tectónicos podem provocar a elevação ou o afastamento das zonas litorais.
A alternância de períodos glaciáricos e de períodos interglaciários ocorridos no planeta tiveram como consequência indirecta a modificação das linhas de costa, uma vez que durante os períodos mais frios (glaciações) uma quantidade importante de água é transferida do domínio oceânico para as calotes polares, ocorrendo uma diminuição do nível médio das águas do mar e um fenómeno inverso durante o período interglaciário. Quando se verifica o recuo do mar, diz-se que ocorreu uma regressão marinha.
O aumento da temperatura média global do planeta (períodos interglaciários) vai provocar quer a expansão térmica dos oceanos, quer a fusão das massas de gelo, o que origina um maior volume de água. Esta situação pode levar a uma subida do nível médio das águas e, consequentemente, ao avanço do mar relativamente à linha de costa, ultrapassando o território onde se encontrava anteriormente a faixa litoral. Este tipo de fenómeno denomina-se transgressão marinha.
--> Na imagem seguinte podemos observar uma sequência normal onde o tamanho do grão diminui da base para o topo, uma vez que a energia do meio vai também diminuindo. Trata-se de uma transgressão marinha, situação esta, resultante de um aumento do nível do mar. Numa sequência inversa sucede o contrário com aumento do tamanho do grão da base para o topo, regressão marinha. No gráfico da esquerda podemos observar uma tendência nos últimos milhões de anos para uma natural subida do nível do mar.
R e f l e x ã o: É necessário uma compreensão profunda dos diversos processos geológicos que condicionam a evolução do litoral, para proceder a um ordenamento sustentável de todas as zonas costeiras. A transgressão e a regressão marinha são problemas existentes na costa litoral e um problema da actualidade. A transgressão é provocada pelo aumento da temperatura média global. A regrssão marinha é provocada por diversos facotores como por exemplo as glaciações.
Adaptado de :
SILVA, Amparo dias ; SANTOS, Maria Ermelinda ; GRAMAXO, Fernanda ; MESQUITA, Almira Fernandes ; BALDAIA, Ludovina ; FÉLIX, José Mário
Terra, Universo De Vida - 2º Parte-Geologia ; Porto editora 2009
(revesitar conceitos)
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